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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Vantagens de estar desempregado (ou não) durante a seleção



Camila Pati

Toda vantagem competitiva é bem-vinda em um processo seletivo e pode fazer a diferença na conquista da oportunidade profissional.
Foto: Reprodução
E não só os perfis comportamental e técnico entram no hall dos aspectos avaliados pelos recrutadores e também pelas empresas.
O momento atual do candidato, se ele está trabalhando ou está disponível no mercado, também é levado em conta neste processo. E, dependendo da necessidade da empresa, pode até definir o resultado final da seleção de candidatos.
Felipe Brunieri, headhunter de Finanças da Talenses, diz já ter visto este tipo de situação ocorrer em processos seletivos e cita as vantagens que cada um deles leva, na visão de empresas e recrutadores:

Vantagens do candidato desempregado

A entrevista é amanhã? Tudo bem!
O candidato que não está trabalhando tem chances de ter a agenda livre para entrevistas de emprego em horário comercial. Propostas inesperadas para uma conversa no dia seguinte, por exemplo, não costumam ser empecilho para eles.
“Em geral, são pessoas que conseguem ir até a empresa, a hora que for necessário, e isso demonstra mais interesse, além de acelerar o processo”, diz Brunieri.

Início imediato? Onde é minha mesa?
Sem precisar negociar a saída com o empregador anterior, os candidatos desempregados não torcem o nariz quando o início é imediato.
Por trabalhar com recrutamento na área de finanças, que tem prazos bem definidos, Brunieri presenciou um caso em que a disponibilidade de início imediato foi determinante a contratação do candidato.
“Eram dois finalistas e o candidato desempregado ficou com a vaga porque a empresa precisava que o contratado entrasse já no próximo fechamento contábil mensal para o qual faltavam poucos dias”, explica.

Proposta aceita!
Sem o “risco” de receber uma contraproposta, candidatos desempregados têm menos poder de barganha salarial. Embora quem esteja disponível no mercado, dificilmente encare isto como vantagem, para o contratante este fato pode definir a contratação.
“Do ponto de vista da empresa, o candidato desempregado passa mais confiança de que vai aceitar a proposta salarial”, diz Brunieri.

Férias? Só depois de um ano
Estando desempregado, o profissional não tem férias pendentes ou viagens já marcadas, como acontece com candidatos que estão trabalhando. Logo, a data das próximas férias ou a necessidade de se ausentar durante períodos já determinados não serão pontos de negociação.

Referências mais realistas
Durante processos seletivos, recrutadores vão atrás de referências sobre os candidatos. E, quanto mais recente, melhor.
Nesse ponto, diz Brunieri, com candidatos que estão empregados só é possível buscar referências em empresas anteriores, nunca na atual. “E se ele está há muito tempo na atual empresa, só posso buscar experiências mais longínquas”, explica.
O desempregado, por poder fornecer nomes de pessoas com quem trabalhou na última empresa, permite ao recrutador buscar referências mais atuais.

Vantagens do candidato empregado

Olhe eu aqui!
“Geralmente são profissionais que os headhunters acham mais facilmente por estarem ocupando as cadeiras que são alvos da busca”, diz Brunieri.
Ou seja, é mais fácil um profissional empregado ser buscado pelo headhunter que precisa preencher uma posição específica.

Só saio por 20% a mais no salário!
Dificilmente será feita uma proposta de emprego que não ofereça remuneração ou benefícios superiores ao emprego atual do profissional. Isso significa a possibilidade ter um aumento considerável no salário.“Na área de finanças, geralmente o aumento na remuneração varia em 15% e 20%”, diz Brunieri.

A atualização é o meu expediente
“Por estar mais exposto, em contato com profissionais, clientes, o candidato empregado tem mais chances de estar atualizado no que diz respeito ao que está acontecendo no mercado”, diz Brunieri.
Estar em contato diário com normas, técnicas e também outros profissionais do seu setor de atuação é um ponto positivo para os candidatos empregados.
“Os profissionais desempregados precisam ir ativamente atrás de informações, ler notícias, jornais, fazer cursos para se se atualizarem”, diz Brunieri.

Status: em desenvolvimento
“Além de estar mais atualizado, o profissional empregado também está se desenvolvendo em pontos comportamentais”, diz Brunieri.
Relacionamento com pessoas, gestão e trabalho em equipe são alguns dos aspectos que a pessoa que está empregada lida cotidianamente, o que não ocorre quando a pessoa está disponível no mercado.

A sorte de uma entrevista tranquila
Estar empregado traz tranquilidade ao candidato que participa de um processo seletivo. “Ele vai bem mais tranquilo, vai conversar, se der deu se não der tudo bem”, diz Brunieri. Mais calmo, as chances de demonstrar seu todo o potencial aumentam bastante.
Brunieri lembra que candidatos que odeiam seu emprego atual e têm pressa em sair podem, mesmo empregados, cair na armadilha do nervosismo. " Se formos classificar, o candidato empregado, mas altamente descontente, se aproxima mais do candidato desempregado em relação às vantagens e desvantagens", diz.

Fonte: Exame.com