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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Seção Especial: Carreira - Parte I


Renata Dias

Colação de grau, festa de formatura e muitas congratulações. Você se formou na universidade. Mais uma fase está encerrada em sua vida. A partir de agora, a sua trajetória profissional será encarada de forma diferente. Você não está mais no mercado para aprender. Você será cobrado por seus superiores e, se quiser manter seu emprego, terá que trazer resultados positivos para a empresa. Você está preparado para enfrentar estas mudanças? A universidade te deu uma boa base para iniciar a carreira? Normalmente, a universidade abre a mente, nos faz refletir mais e melhor, além de nos dar alicerces técnicos que são de extrema valia em nossa vida profissional.

Entretanto, não é apenas o diploma universitário que determina o sucesso profissional do recém-formado. Com o crescente número de jovens formados a cada ano, a conquista do primeiro emprego tornou-se difícil. Para conseguir uma oportunidade, é preciso estar bem preparado para vencer a concorrência. Segundo a consultora Carla Fabiana, do Grupo Catho, é imprescindível conhecimentos em um segundo idioma, preferencialmente o inglês, e domínio em informática. Ter cursado uma universidade de renome ou ter realizado cursos no exterior também ajuda muito. “Outras características têm sido muito valorizadas como, por exemplo, o perfil pessoal. As empresas buscam profissionais dinâmicos, com jogo de cintura suficiente para adaptar-se a diversas situações, que saibam pesquisar e trabalhar em grupo”, disse.

De acordo com o recém-formado Felipe Mancini, graduado em Ciência da Computação, hoje em dia ter um diploma universitário não é suficiente. “A companhia onde trabalho exige fluência nas línguas inglesa e espanhola, além de certificações e experiências na área de desenvolvimento e suporte”. A mesma visão é compartilhada pela recém-formada Larissa Redondo, graduada em Rádio e TV: “atualmente existem muitas faculdades, e fazer uma delas já não é um diferencial. Por isso, logo que terminei o curso universitário, optei pelo início da pós-graduação. A minha intenção é ter mais perspectivas de crescimento profissional”.

Fazer uma pós-graduação logo após o término do curso de graduação nem sempre é o melhor caminho, segundo a consultora Carla Fabiana. “Antes de tomar essa decisão, é preciso definir em qual área você quer se especializar. E logo depois que você termina a faculdade, normalmente você passa por uma fase de definições em sua carreira profissional. É comum querer mudar de área nos dois primeiros anos de experiência”. Ainda menos aconselhável é fazer os cursos de MBA nesta fase: “para aproveitar tudo que um curso deste pode oferecer, é preciso maturidade profissional e alguma experiência gerencial. Jamais faça um curso de MBA sem ter pelo menos dois de formado”, aconselha. A consultora também alerta para o cuidado em escolher uma instituição de qualidade: “se você não conseguiu se graduar em escolas de primeira linha, compense esta deficiência mercadológica com uma pós-graduação em instituições renomadas, que tenham prestígio no mercado”.

Além das exigências feitas pelo mercado, o recém-formado enfrenta algumas dificuldades. Débora Côrrea, que finalizou o curso de jornalismo no ano passado, pontua as principais barreiras no início de carreira. “Na empresa onde trabalho, as pessoas ainda me enxergam como uma estagiária. É difícil para eles entenderem que eu me formei e que agora sou uma profissional. Uma outra barreira é que o mercado dificilmente quer contratar um recém-formado. As companhias preferem o estagiário para treinar ou alguém com bastante experiência para que possa assumir mais responsabilidades”. Diferente de Débora, o publicitário Luiz Gustavo afirma que não está enfrentando grandes dificuldades no início de carreira. “A chave é começar cedo para adquirir experiência. Trabalho na área desde que entrei na faculdade”.

O recém-formado da área de saúde é o que enfrenta mais dificuldades, segundo a consultora Carla Fabiana. Além de receber salários baixos, o profissional já deve ter uma especialização logo que se forma. Michele Choukmaev, fisioterapeuta, faz especialização e trabalha no Instituto do Coração (Incor). “Eu acredito que a prática é mais importante que a formação acadêmica, ainda mais na minha área. O estágio é fundamental para se preparar para o mercado de trabalho”.

Para a consultora Carla Fabiana, a falta de experiência é a maior dificuldade para conseguir um bom emprego depois de formado. “É uma preocupação relevante, no entanto é preciso lembrar que esta dificuldade foi também enfrentada pela maioria dos profissionais que hoje ocupa uma posição de destaque. Portanto, há portas de entrada no mercado de trabalho. A questão é encontrá-las e abri-las”. Algumas universidades oferecem cursos em carga horária que dificulta a realização de estágios durante a graduação ou então o estudante precisa trabalhar para pagar a universidade e o valor da bolsa-auxílio oferecida nos estágios não é suficiente. Nestas condições, é comum que o estudante termine o curso sem possuir uma experiência prática na área estudada, o que acaba dificultando a sua entrada no mercado. “O estágio é imprescindível na vida do estudante, pois é dessa forma que ele irá adquirir experiência e novos conhecimentos”, disse a consultora.

Entretanto, segundo Carla Fabiana, existem alternativas que propiciam uma vivência profissional para o estudante que não possui experiência e que está com dificuldades de fazer o estágio. “A própria universidade propicia uma série de atividades que é muito valorizada pelo mercado. Participação em empresa júnior, por exemplo, é utilizada como critério de seleção em algumas empresas. Outras atividades como apresentação de trabalho em congressos, iniciação científica, realização de trabalhos comunitários, participação em grêmio estudantil ou centro acadêmico também são valorizadas”. De acordo com a consultora, essas atividades fazem com que as empresas possam identificar a capacidade de liderança, facilidade de relacionamento em equipe, criatividade, entre outras características desejadas. “Essas habilidades são muito valorizadas pelas empresas nos processos seletivos”, afirma.

Há casos em que o recém-formado, por não conseguir um emprego em sua área, acaba atuando em uma completamente diferente da sua graduação. O que fazer neste caso? É preferível ficar desempregado a aceitar uma oportunidade que não seja da sua especialidade? Carla Fabiana responde: “Ficar muito tempo afastado do mercado de trabalho após a formação é muito ruim. Neste caso, vale a pena aceitar uma proposta para atuar em outra área e continuar buscando novas oportunidades”.

Essa excelente matéria tem continuidade... Aguarde.

Fonte: Jornal Carreira e Sucesso - Catho Online

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